sexta-feira, 13 de junho de 2008

AIDS & DIREITOS

Conforme a Constituição da República Federativa do Brasil, as pessoas que vivem com HIV, assim como todo e qualquer cidadão e cidadã, brasileiro e brasileira, têm obrigações e direitos garantidos.
No seu artigo 196, por exemplo, está inscrito que "saúde é direito de todos e dever do Estado". No caso da aids, esse direito é sinônimo do direito à própria vida, a ser vivida com dignidade e pleno acesso a uma saúde pública de qualidade.
Por outro lado, reduzir o estigma e a discriminação é ainda uma das principais medidas para uma eficaz e eficiente resposta à epidemia de aids e isso envolve diretamente as PVHA e as populações mais vulneráveis à epidemia de aids e às DST, tais como: gays, homossexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), transgêneros, transexuais, travestis, prostitutas, usuários de drogas injetáveis, mulheres, principalmente as de baixa renda, crianças em situação de risco social, além de populações em regime de confinamento, populações que vivem em locais de difícil acesso e outras.Desde o início da epidemia, organizações da sociedade civil lutam para ver garantidos e implantados esses direitos constitucionais e pressionam governo e a própria sociedade nessa direção.
Em 1995, foi criada a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids - RNP+/Brasil reunindo lideranças e ativistas que vivem com HIV/Aids para somarem forças nessa luta.
Em 2005, foi realizado o I Encontro Nacional da RNP+/Brasil, fato que marcou os 10 anos de existência da rede. O lema foi bastante significativo: "Antes nos escondíamos para morrer, hoje nos mostramos para viver".
Em 1989, durante o ENONG (Encontro Nacional de ONG que trabalham com aids), em Porto Alegre, foi elaborada e aprovada a "Declaração dos direitos fundamentais da pessoa portadora do vírus da Aids", que transcrevemos a seguir:
I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids. Os portadores do vírus têm direitos a informações específicas sobre sua condição.
II - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida.
III - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação.
IV - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual.
V - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que tende a recusar aos portadores do HIV/Aids um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação nas atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei.
VI - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV.
VII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais.
VIII - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, para controle de transfusões e transplantes, e estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser informados por um profissional competente.
IX - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes.
X - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania.
Além disso, o PN-DST/AIDS tem financiado projetos de assessoria jurídica, feitos em parceria entre o Ministério da Saúde e as Organizações da Sociedade Civil. Essas organizações têm um papel importante na luta pela defesa dos direitos das pessoas que vivem com HIV/aids por receberem denúncias, assessorarem pessoas vítimas de discriminação e preconceito social e tomarem providências cabíveis nos casos em que os direitos desses cidadãos são, de alguma forma, lesados.

OMS/UNAIDS - Nota Conjunta para a mídia

Leia a seguir tradução da Correção à História da Aids publicada em The Independent, 8 de junho de 2008
Nova Iorque, 11 de junho de 2008 – Gostaríamos de esclarecer os mal-entendidos acerca das posições da OMS e da UNAIDS sobre a situação da epidemia da aids em artigos recentes da mídia.
A história publicada no The Independent de domingo, intitulada: “A ameaça da pandemia mundial da aids entre os heterossexuais está encerrada, admite relatório” continha algumas afirmações seriamente equivocadas que levaram a inferências e conclusões que não guardam relação com as realidades altamente complexas da epidemia do HIV.
Antes de mais nada, a epidemia global de HIV não está absolutamente encerrada. No final de 2007, estimava-se que 33,2 milhões de pessoas viviam com o HIV. Cerca de 2,5 milhões de pessoas infectaram-se nesse mesmo ano, e 2,1 milhão morreram em decorrência da aids. A aids permanece como a principal causa de mortes na África.
Em todo o mundo, o HIV ainda é amplamente impulsionado pela transmissão heterossexual. A maior parte das novas infecções na África Sub-sahariana ocorrem mediante a transmissão heterossexual. Também se constatam algumas epidemias generalizadas fora da África, como as do Haiti e da Papua Nova Guiné.
A transmissão heterossexual continua a impulsionar a epidemia entre os profissionais do sexo, seus clientes e os parceiros de seus clientes. Além disso, os detentos, os usuários de drogas injetáveis, assim como os homens que fazem sexo com homens podem envolver-se em relacionamentos heterossexuais. Na África Sub-sahariana, quase 60% dos adultos vivendo com o HIV são mulheres; no Caribe, são 48%.
A prevenção ao HIV e os esforços de tratamento estão mostrando resultados. Ampliar esses sucessos depende de aumentar o alcance às populações de risco acrescido, mediante uma abordagem baseada em evidências sobre a epidemiologia local do HIV — abordagem que chamamos de “conheça sua epidemia”. Em todos os lugares, é necessário um ambiente acolhedor, livre de estigma e discriminação, barreiras legais ou outros obstáculos que impedem o acesso aos serviços.
As campanhas de conscientização sobre a aids e as iniciativas dentro das escolas são essenciais para promover a saúde sexual e reprodutiva, garantindo que os jovens tenham o conhecimento e habilidade para proteger-se a si mesmos contra as doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência.
A UNAIDS e a OMS continuam concentradas no reforço ao monitoramento da epidemia, visando aprimorar as futuras respostas e reconhecer mudanças nos padrões de transmissão, caso estes venham a ocorrer.Recapitulando: a aids continua a ser o principal desafio em termos de doença infecciosa para a saúde global. Sugerir outra coisa é irresponsável e equivocado.
Dr Kevin M. De CockDiretorDepartmento de HIV/AidsOMS, Organização Mundial de saúde
Dr Paul De LayDiretorDepartmento de Evidências, Monitoramento e PolíticasUNAIDS, Programa Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS
ContatoPatricia Leidl OMS Genebra Tel: +41 22 791 5876, Mobile: +41 79 619 8525 leidlp@who.intSophie Barton-Knott UNAIDS Genebra Tel: +41 22 791 1697 bartonknotts@unaids.org

AIDS - REDE DE APOIO

Rede de apoio às pessoas que vivendo com HIV/aids (PVHA) engloba serviços públicos de saúde e um conjunto de ações desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil. No campo dos serviços de saúde, temos Hospitais-Dia, Serviços de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), além de toda a cobertura oferecida pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
No âmbito da sociedade civil, existe uma gama de ações desenvolvidas por meio de atividades regulares tais como: assistência jurídica, apoio psicológico, grupos de adesão ao tratamento, assistência domiciliar e visitação hospitalar, atividades de geração de renda, centros de convivência e outros. O trabalho das OSC vem facilitando a inclusão social das pessoas vivendo com HIV/aids e a melhoria da qualidade de vida, assim como a articulação em termos de recursos comunitários locais.
Além disso, o PN-DST/AIDS tem estimulado a participação das PVHA na formulação, implementação e acompanhamento das políticas públicas de DST/aids e também tem apoiado o fortalecimento de suas redes regionais e nacionais.

Retirado do site www.aids.gov.br

AIDS - FIQUE INFORMADO II

RELACIONAMENTO PESSOAL
O portador do HIV pode levar uma vida normal, como qualquer outro indivíduo, tanto profissional quanto pessoalmente, podendo trabalhar normalmente, praticar esportes, ir a festas, freqüentar bares, shoppings e clubes, se relacionar com as pessoas. Cuidados especiais devem ser tomados apenas nos relacionamentos sexuais a fim de evitar a transmissão do vírus para outras pessoas. Para tanto, o uso do preservativo é imprescindível em todas as relações sexuais. Está comprovado que a continuidade da vida social e a adesão adequada ao tratamento resulta na melhora da qualidade de vida dos soropositivos e na resposta ao tratamento.
ATIVIDADES FÍSICAS
Para o paciente vivendo com HIV/aids, a preocupação com a musculatura deve receber atenção especial. O uso prolongado de anti-retrovirais pode causar a lipodistrofia, que é a migração da gordura dos membros e glúteos para as costas e o abdômen.
O ideal é que a prática da musculação seja orientada e regular e que comece a ser feita o quanto antes. Exercícios aeróbicos regulares também são indicados com o intuito de manter uma boa circulação e evitar a neuropatia, manifestada por dormência nas mãos e pés.
ALIMENTAÇÃO
Uma alimentação saudável aumenta a resistência à doença, fornecendo energia e tornando a pessoa mais forte para suas atividades diárias. O ideal é que o paciente faça entre cinco e seis refeições por dia e mantenha uma dieta balanceada e saudável, priorizando a ingestão de frutas, verduras e legumes e evitando frituras e gorduras. A pessoa não deve ficar mais do que três horas sem se alimentar, mesmo que sejam refeições em pequenas porções. Isso ajuda o paciente a se prevenir de problemas de estômago como gastrites e úlceras, que aparecem ocasionalmente por causa do excesso de medicamento ingerido. Também é importante evitar bebidas alcoólicas, pois a pessoa acaba não se alimentando e se desnutrindo.

INFECÇÕES OPORTUNISTAS
As infecções oportunistas são doenças que aparecem quando o sistema de defesa do organismo apresenta alguma fraqueza. Assim, manter uma vida saudável é importante para que o organismo não baixe suas defesas e fique vulnerável a resfriados, gripes, problemas gastrointestinais, entre outros problemas.

AIDS - ACOMPANHAMENTO MÉDICO

Uma boa adesão ao tratamento - que significa tomar os medicamentos anti-retrovirais (ARV) nos horários recomendados, nas doses corretas e pelo tempo pré-estabelecido - é um dos fatores determinantes para garantir uma boa resposta do organismo à infecção pelo HIV. Além disso, é necessário que o indivíduo soropositivo ou com a aids desenvolvida seja constantemente monitorado pelo serviço de saúde.
O monitoramento consiste na realização de testes que possam avaliar a condição do sistema imunológico tanto do portador do vírus quanto do indivíduo com aids. Esses testes irão determinar se e quando esse indivíduo necessita iniciar ou modificar o tratamento com os anti-retrovirais. São eles: contagem CD4, células de defesa do organismo, quantificação viral do HIV-1 (carga viral) e o teste de genotipagem (usado quando existe falha da terapia anti-retroviral). O teste de carga viral mede a quantidade de partículas do HIV no sangue, auxiliando, assim, o profissional a decidir o melhor momento para iniciar o tratamento. No caso de pessoas que já se encontram tomando os medicamentos ARV, esse teste é útil para fazer o monitoramento da saúde do portador do vírus.
Retirado do site www.aids.gov.br

AIDS - VACINAS

O Brasil vem realizando ações para ampliar o envolvimento nacional em pesquisas, visando ao desenvolvimento de vacinas contra o HIV/aids. Os objetivos são o desenvolvimento de vacinas que melhorem a vida de pessoas vivendo com o HIV/aids e a proteção de uma pessoa que venha a ser exposta ao HIV.
Apesar dos avanços científicos no mundo, não há, ainda, uma vacina que cure a aids.
Cooperação internacional em pesquisaO Brasil tem participado de pesquisas em cooperação com organismos e instituições do exterior que atuam nesta área, como com a Organização Mundial de Saúde, o Instituto de Saúde Americano e a Agência de Pesquisa Francesa. Um Acordo de Colaboração assinado com a IAVI deve também favorecer o esforço nacional de contribuir no desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra o HIV/aids.

HIV no Brasil

Estima-se que 600 mil pessoas no Brasil vivam com o HIV ou já tenham desenvolvido a aids. O HIV entra no organismo humano e pode ficar incubado por muitos anos sem que o indivíduo apresente nenhum sintoma ou sinal de doença. Esse período gira em torno de oito anos.
É muito importante que as pessoas que passaram por uma situação de risco façam o teste. Entre essas situações, estão: relação sexual com parceiros eventuais sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis; transfusão de sangue contaminado pelo HIV; acidentes ocupacionais com objetos perfuro-cortantes que contenham material biológico de origem humana e presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV; filho nascido de mãe portadora do HIV - quando não foi feita a prevenção de transmissão para o bebê - ou que tenha sido amamentado. No caso das gestantes, recomenda-se a realização do teste anti-HIV durante o pré-natal.
Caso o resultado seja positivo, o atendimento pelo serviço de saúde é imprescindível para evitar a transmissão do HIV para o bebê durante a gestação ou a amamentação.
O comparecimento periódico ao serviço de saúde de uma pessoa portadora do HIV, para os exames de rotina, solicitados pelo médico, possibilita precisar sobre o início do tratamento com os anti-retrovirais ou sua eventual modificação.
Retirado do site www.aids.gov.br

CAMPANHAS CONTRA AIDS - FRANÇA 2007

CAMPANHAS CONTRA AIDS - FRANÇA 2007
“Sem preservativos, é com a AIDS que você faz amor. Proteja-se.”